Impressões digitais do chinês criador do conceito “cidades esponja” estavam no banco de dados da polícia norte-americana e permitiram a rápida identificação
A cooperação entre as polícias brasileiras e o Federal Bureau of Investigation (FBI) foi fundamental para a identificação dos restos mortais do arquiteto chinês Kongjian Yu e das outras vítimas do acidente aéreo ocorrido na semana passada, perto de uma pista de pouso no Pantanal, no município de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul.
Apesar da carbonização de parte dos corpos, as impressões digitais do arquiteto chinês — mundialmente conhecido pelo conceito revolucionário de drenagem urbana, denominado “cidades esponja” — estavam no banco de dados do FBI, o que facilitou o trabalho do Instituto Médico e Odontológico Legal de Mato Grosso do Sul (IMOL) e da Polícia Científica local.
No caso das vítimas brasileiras, as digitais utilizadas foram as do banco de dados das secretarias estaduais de Segurança Pública.
Com a cooperação entre a polícia sul-mato-grossense e o FBI, o trabalho de identificação dos corpos foi concluído. Anteriormente, já haviam sido identificados e liberados os corpos do piloto Marcelo Pereira de Barros, do cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e do produtor e diretor Rubens Crispim Júnior.
Em nota, a Polícia Científica de MS agradeceu o apoio da Seção Consular da Embaixada da China no Brasil, do Federal Bureau of Investigation (FBI), dos Estados Unidos da América, e do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. “Reforçamos o compromisso com a celeridade, a cooperação interinstitucional e a precisão nos trabalhos periciais”, afirmou a Polícia Científica em nota.
O acidente
O acidente aéreo que vitimou o arquiteto chinês Kongjian Yu e outras três pessoas ocorreu na tarde de sexta-feira (24), em uma região de difícil acesso do Pantanal, no município de Aquidauana, a cerca de 140 quilômetros de Campo Grande.
A aeronave de pequeno porte, modelo Beechcraft Baron, pegou fogo logo após cair próximo a uma pista de pouso particular, utilizada para apoio em fazendas da região.
Inquérito da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul indicou que a aeronave chocou-se com uma árvore, quando já estava escuro, ao tentar pousar o avião.
Além do renomado arquiteto, que estava em visita ao Brasil para participar de encontros ligados à arquitetura e sustentabilidade, também morreram no acidente o piloto Marcelo Pereira de Barros, o cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e o produtor e diretor Rubens Crispim Júnior. Todos foram encontrados sem vida no local do acidente, cujas circunstâncias ainda estão sendo investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
A tragédia causou comoção no meio cultural e acadêmico, especialmente pela morte de Kongjian Yu, considerado referência mundial em projetos urbanísticos voltados à sustentabilidade.
Fonte: EDUARDO MIRANDA Correio do Estado