As tensões e incertezas geradas desde o início dos registros de casos de coronavírus (Covid-19) tem resultado em mudanças de comportamento dos consumidores. Com a peculiaridade de ser ‘vizinho’ do Paraguai, alguns setores que antes eram prejudicados pelo comércio da fronteira, começam a se ajustar com a nova realidade.

Em Dourados, pouco mais de 120 quilômetros distante de Ponta Porã, cidade que faz fronteira seca com Pedro Juan Caballero, algumas empresas aproveitam o fechamento dos acessos ao país vizinho e a alta do dólar para tentar aumentar ou pelo menos manter as vendas.

Camila Tanaka, 36, gerente de uma empresa que comercializa vinhos em Dourados, diz que apesar de não ser possível apontar uma estimativa precisa, afirmou que a comercialização dos produtos aumentaram durante este período.
Referente a economia nesta região, Camila considera um fato a relação da venda de vinhos com o comércio deste e de outros produtos na fronteira.

“A partir do momento que você não tem onde buscar e das dificuldades, as pessoas acabam comprando por aqui, não tem jeito”, contou a empresária ao Dourados News.

Além da venda de bebidas, outro setor com forte relação com a economia de fronteira é a comercialização de pneus.
Marcelo Borges, 44, gerente de uma empresa deste ramo, a Impacto Prime, em Dourados, estima queda em relação as vendas na rede que trabalha durante mesmo período do ano passado causada por conta da crise econômica. “Porém estamos trabalhando melhor que muitas outras lojas no Estado. O impacto negativo foi pequeno em nossas lojas. Vendemos da mesma maneira que antes pois temos preços competitivos e prazo longo pra pagamento”, analisa o gerente.

Apesar da vantagem proporcionada pelo fechamento da fronteira com o Paraguai, Borges explica que a queda nas vendas tem relação direta com a mudança de comportamento dos consumidores.

Para ele, com o isolamento social e principalmente com as incertezas sobre o futuro da economia, muitas pessoas estão “segurando o dinheiro” e evitando despesas.
Embora com diferenças no setor de atuação, os profissionais consultados pelo Dourados News mostraram-se confiantes em relação ao futuro.

Enquanto Marcelo Borges garante que a “expectativa é a melhor possível”, a Camila afirma haver uma boa projeção assim que tudo voltar ao “normal”.
Por Wender Carbonari