O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) protocolou sua defesa na Corregedoria da Câmara dos Deputados contra duas representações que tramitam contra ele. Uma delas se refere ao motim organizado na Mesa Diretora, no início de agosto, quando parlamentares pediram anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Na peça apresentada, Pollon acusa a denúncia de ser genérica e de não individualizar sua conduta, o que, segundo ele, inviabiliza o direito de defesa. O parlamentar sustenta que não há clareza sobre quais palavras teria usado contra o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e que manifestações políticas fora do plenário não configuram quebra de decoro.
“Uma acusação sem a descrição exata dos atos conduz ao inaceitável juízo por associação”, escreveu Pollon. Ele também argumentou que a perda de mandato, sugerida na representação, seria uma punição desproporcional e motivada por perseguição política.

No documento, o deputado cita precedentes de outros casos que não resultaram em sanção e alega que parlamentares governistas já utilizaram termos ofensivos em plenário sem que houvesse a mesma reação.
Em tom de desafio, Pollon encerrou sua defesa com um pedido incomum. Caso venha a ser punido com censura, ele solicitou que a decisão seja impressa em papel couchê, material geralmente usado em publicações de luxo. A ideia, segundo o próprio texto, seria “data (sic) a solenidade e relevância do ato”, em uma ironia à acusação.
“Se me aplicarem qualquer pena, quero que a decisão seja impressa em papel couchê para fazer um quadro”, afirmou, provocando o presidente da Câmara.
Agora, cabe à Corregedoria avaliar os argumentos e decidir se o processo será arquivado ou encaminhado ao Conselho de Ética, onde poderá avançar para análise de mérito.
Pollon é um dos principais lideranças conservadora em Mato Grosso do Sul e tem adotado postura de confronto em Brasília e no estado contra a aliança do seu partido o PL com figuras históricas do PSDB local. Ao mesmo tempo em que responde às representações, busca transformar a punição em símbolo político, reforçando sua narrativa de perseguição.
Fonte: Roger Usai Fato 67


