Exportação da Capital caiu 92% em comparação com o mesmo período de 2024
As exportações de Campo Grande para os Estados Unidos caíram 92% em setembro de 2025, registrando apenas US$ 1,41 milhão, uma queda de US$ 15,5 milhões em relação ao mesmo mês de 2024, quando o município havia vendido US$ 16,95 milhões em produtos. Em números gerais, a taxa de arrecadação saiu de R$ 93,5 milhões em setembro de 2024 para apenas R$ 7,8 milhões neste mês.
O resultado reflete o impacto direto do tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump, que sanciona exportações brasileiras pelo segundo mês consecutivo, afetando principalmente setores estratégicos como carnes, ferro, açúcar, café, madeira e armas.
Além de Campo Grande, outros municípios sul-mato-grossenses como Ribas do Rio Pardo, Corumbá, Nova Andradina, Bataguassu, Naviraí, Três Lagoas, Anastácio, Cassilândia, Angélica, Ivinhema, Mundo Novo, Paraíso das Águas, Glória de Dourados e Dourados também sofreram com a queda nas exportações.
De modo geral, as exportações de Mato Grosso do Sul são impulsionadas principalmente pelo setor de carnes e derivados, com destaque para municípios como Campo Grande, Nova Andradina, Naviraí, Bataguassu, Anastácio, Iguatemi e Itaquiraí, todos com a categoria.
O açúcar e produtos de confeitaria aparecem em segundo lugar na pauta exportadora, liderados por cidades como Rio Brilhante, Paraíso das Águas, Angélica, Naviraí e Ivinhema. Outro segmento relevante é o de gorduras e óleos animais ou vegetais, com Dourados, Cassilândia e Campo Grande entre os principais polos produtores.
Três Lagoas, referência industrial do Estado, se destaca na exportação de papel, cartão e derivados da celulose, além de máquinas e equipamentos elétricos. Campo Grande, também conta com embarques de preparações alimentícias, produtos hortícolas processados, borracha e instrumentos médico-ópticos.
Ladário exporta pedras preciosas e bijuterias; Paranaíba, veículos e tratores; e Paranhos, caldeiras e máquinas mecânicas.
Cenário
A redução expressiva nas vendas de Campo Grande acompanha um cenário mais amplo no Brasil: as exportações brasileiras para os EUA totalizaram US$ 2,6 bilhões em setembro, 20% a menos que os US$ 3,2 bilhões registrados em 2024, com perdas acentuadas em produtos sensíveis à sobretaxa.
Um balanço realizado pelo Estadão constatou que municípios como Rio de Janeiro (RJ), Confins (MG), Sete Lagoas (MG) e Ribeirão Pires (SP) foram os mais prejudicados. Cerca de 265 cidades que vendiam para os EUA em setembro do ano passado não registraram faturamento neste ano.
Exportações para os Estados Unidos em setembro (Valores em dólar)
Cidade 2024 2025 Variação Variação %
Campo Grande 16.949.789 1.414.924 −15.534.865 -92%
Ribas do Rio Pardo 11.499.825 4.029.903 −7.469.922 -65%
Corumbá 7.443.078 1.506.430 −5.936.648 -80%
Nova Andradina 5.610.030 2.592.153 −3.017.877 -54%
Bataguassu 2.677.540 −2.677.540 -100%
Naviraí 3.608.750 1.134.748 −2.474.002 -69%
Três Lagoas 16.458.000 14.070.000 −2.388.000 -15%
Anastácio 1.435.720 256.746 −1.178.974 -82%
Cassilândia 762.598 −762.598 -100%
Angélica 625.613 −625.613 -100%
Ivinhema 547.445 −547.445 -100%
Mundo Novo 500.263 79.900 −420.363 -84%
Paraíso das Águas 311.089 −311.089 -100%
Glória de Dourados 281.867 147.876 −133.991 -48%
Dourados 5.449 −5.449 -100%
Itaporã 199.209 1.082.667 883.458 443%
Fonte: Comex Stat/MDIC
No recorte por destino, a China continua sendo o principal parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, com US$ 3,76 bilhões exportados entre janeiro e setembro. O país responde por 46,11% das vendas externas do Estado, ligeiramente abaixo dos 47,30% registrados no mesmo período de 2024.
Os Estados Unidos se mantêm como segundo principal destino, embora com redução no valor comprado (de US$ 471 milhões para US$ 426 milhões) e na participação, que caiu de 6,02% para 5,21%.
Fonte: ALISON SILVA Correio do Estado