O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul (Senar/MS) anunciou a criação de um curso técnico em Segurança do Trabalho, com início previsto para 23 de fevereiro de 2026. A iniciativa busca suprir a crescente necessidade de profissionais qualificados diante da mecanização agrícola e da instalação de novas indústrias ligadas ao setor, como esmagadoras de grãos e usinas de etanol de milho.
O curso é gratuito e exige ensino médio completo. As inscrições e editais estão disponíveis no portal etec.senar.org.br.
Segundo Gustavo Cavalca, diretor do Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte, o avanço da agroindústria no estado traz operações de alto risco, tornando essencial a formação de técnicos preparados para garantir ambientes seguros.
Dados do Novo Caged confirmam essa tendência: entre 2015 e 2022, o número de vínculos formais na área cresceu 46%, passando de 883 para 1.294 profissionais. A remuneração média também aumentou, de R$ 3.182,33 para R$ 4.535,31 no período.
Lucas Silva, gerente educacional do Senar/MS, destaca que os empregadores buscam técnicos capazes de aplicar Normas Regulamentadoras, como a NR 31 (segurança no trabalho agrícola) e a NR 12 (uso seguro de máquinas). Além do novo curso técnico, o Senar/MS já oferece 15 capacitações de curta duração voltadas à saúde e segurança no campo, abordando temas como prevenção de acidentes, uso de EPIs, primeiros socorros e operação de máquinas.
Esses treinamentos seguem normas federais e locais, incluindo a NR 20 (manuseio de inflamáveis), NR 31.13 (trabalho em silos e espaços confinados) e normas do Corpo de Bombeiros Militar de MS para prevenção de incêndios rurais.
Para Silva, segurança vai além do cumprimento de regras: “Cada treinamento é uma oportunidade de estimular a consciência preventiva e reforçar que a segurança é um valor inegociável”.
A procuradora do Trabalho Cláudia Fernanda Noriler Silva, da Codemat, reforça que a prevenção começa com análise detalhada dos riscos. Ela cita exemplos como a robotização da aplicação de defensivos e sistemas automáticos de travamento em máquinas. O Ministério Público do Trabalho acrescenta que a modernização deve substituir funções insalubres e, ao mesmo tempo, trazer mais conforto e segurança às atividades cotidianas.
Mesmo com o avanço tecnológico, a qualificação profissional continua sendo peça-chave para garantir ambientes de trabalho seguros e sustentáveis no campo.
Fonte: Danielle Andréa FAFO 67


